Era 2012, e eu nem sabia que aquilo que estava começando a fazer era Planejamento Financeiro.
O que se passou foi que um ano antes, durante um mochilão pela Bolívia e pelo Peru, eu conheci um irlandês que estava há 7 meses viajando pela América Latina e cismei que queria fazer o mesmo.
O choque de realidade veio quando eu me dei conta de que, para quem não ganhava em euros, talvez isso não fosse tão elementar quanto soou aos meus ouvidos.
Ainda que eu contasse com uma camada generosa de privilégios que me permitiam sonhar – e, veja só que nostalgia, o dólar estava na casa dos R$ 2,00 – a conta não fecharia.
Mas, afinal de contas, que conta era essa?
Pelas minhas contas, R$ 20 mil reais.
Se hoje em dia isso continua sendo um caminhão de dinheiro para a maioria dos brasileiros, naquela época era um Boeing 737.
Eu já tinha até passaporte, mas embarcar seria outra história.
Pesquisa daqui, conversa com outras pessoas ali, talvez eu não precise de tanto conforto assim.
Dá para fechar essa conta em R$ 15 mil.
Muito bom, agora é só eu começar a guardar dinheiro todos os meses por algum tempo e “Hasta pronto, Colômbia!”.
Saldo na conta no final do primeiro mês: R$ 90,00.
Ué, mas para aonde tá indo o meu salário, que nem é tão ruim assim?
Eu jurava que daria para guardar pelo menos R$ 400,00 por mês.
Deixa eu ver por qual ralo esse dinheiro tá escapando, corta uma saidinha de final de semana daqui, faz uma hora extra ali.
Pronto, agora vai.
Minha nossa, bati o carro de novo, esse réveillon na praia não estava nos meus planos e como é que pode esse pedaço de pano que eu só vou usar na formatura custar tanto dinheiro?!
No final das contas e depois de quase três anos planejando, foi.
Aliás, fui.
Para a Colômbia, onde fiz trabalho voluntário por 4 meses.
Depois, segui mochilando pelo Equador, Panamá e Costa Rica.
Países caros estes dois últimos, que me exigiram mais dólares e colóns do que eu havia estimado.
Para dar conta de todo o itinerário que ainda teria pela frente, quando cheguei à Nicarágua fui procurar um bico temporário e encontrei como bartender em um hostel.
Depois de dois meses de trabalho, continuei a viagem por Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize, México e retornei ao Brasil, 11 meses após ter partido.
Seja para organizar um mochilão aos 22 anos, o feriado com os amigos, a viagem romântica com o boy, as férias com as crianças ou um sabático durante a melhor idade, o Planejamento Financeiro pode ser o empurrãozinho que falta para o seu roteiro sair do papel.
Não é o único, é verdade, afinal de contas planejamento financeiro sozinho não faz milagres.
Ainda assim, mesmo que o seu contexto atual seja caótico e sobre um total de 2 reais para sair mundo afora, o planejamento certamente ajudará a traçar um caminho levando em consideração as suas particularidades.
O voo nem sempre é direto e alguns se atrasam, mas não dá para embarcar sem os documentos – ou o dinheiro.
Roda de Conversa: Planejamento Financeiro & Viagens
Além de blogueiro de viagem, eu também atuo como Planejador Financeiro Independente e na próxima quarta-feira (8/10) eu conduzirei uma roda de conversa sobre estes dois assuntos.
Será Online e Gratuita, às 19h30.
A ideia é que durante esse bate papo a gente converse sobre:
» Como calcular os custos da viagem?
» Como não voltar de férias no vermelho e enrolado com a fatura do cartão de crédito?
» Como não se dar mal com o câmbio?
» Outros dilemas relacionados ao Planejamento de Viagem.
Para partipar deste encontro virtual, basta realizar a inscrição aqui.