O Pelourinho é o cartão postal de Salvador que está no mesmo patamar que as Cataratas estão para Foz do Iguaçu ou o Cristo para o Rio de Janeiro.
Ou seja, é turisticamente impossível desassociar a atração do destino. Muitas vezes, inclusive, estas são as primeiras imagens que chega à cabeça quando se escuta o nome destas cidades.
Ainda assim, meu pitaco possivelmente impopular é que o ponto turístico baiano está um degrau acima dos outros dois mencionados. Veja bem, a intenção aqui não é compará-los, afinal, cada qual com o seu cada qual.
Porém, com um total de zero imparcialidade e levando-se em consideração apenas o meu gosto, digo que dentre os três o Pelourinho é aquele em que eu voltaria incontáveis vezes.
É bem verdade que o fato do Pelourinho ser um dos bairros do centro histórico de Salvador, e não apenas um único monumento, contribui para essa preferência pessoal. No entanto, para mim, a história dessa região, a sua arquitetura e o dendê que só a Bahia tem, formam o combo – quase – perfeito para um dia de passeio.
O “quase”, como não poderia deixar de ser, é porque há sim alguns pormenores que podem causar chateações durante a andança. E, para evitar aborrecimentos, o primeiro passo é saber de antemão tudo o que você poderá encontrar por lá.
Dicas para visitar o Pelourinho
» Pelourinho é perigoso ou seguro para passear?
» Free Walking Tour no Pelourinho
» Festas e eventos no Pelourinho
» Vale a pena se hospedar no Pelourinho?
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História do Pelourinho
A belíssima arquitetura barroca colorida datada de séculos passados sai bem na foto, porém, este cenário esconde uma terrível realidade sobre a história do Pelourinho.
Embora atualmente a música e o alto astral tomam conta das ladeiras da vizinhança, saiba que durante muitos anos, incluindo e especialmente todo o período em que Salvador foi capital do Brasil, a região foi marcada por cenas de violência e tortura com pessoas que foram escravizadas.
Inclusive, o nome dado ao bairro é por causa deste passado sombrio. Pelourinho nada mais era do que o equipamento de tortura utilizado para castigar os escravos. Como se não bastasse, essas colunas onde as pessoas eram presas ficavam expostas em praças públicas para que todos vissem e “aprendessem a lição”.
Como é impossível contar todos os detalhes da história do Pelourinho neste texto, a minha recomendação é que você inclua no seu roteiro de viagem ao menos um passeio guiado pelo bairro. Afinal, isso fará uma enorme diferença quando estiver visitando os pontos turísticos.
Particularmente, gosto bastante da turma do Free Walking Tour Pelourinho. Além dos guias serem atenciosos e profundos conhecedores da cidade, o itinerário do city tour é bastante abrangente. Além disso, trata-se de um passeio que funciona no esquema de contribuição voluntária, ou seja, não há um preço fixo e é você quem decide com quanto quer contribuir ($) no final da atividade.
Para participar deste passeio em Salvador basta clicar no link abaixo para reservar a sua vaga.
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Pelourinho é perigoso ou seguro para passear?
Há certo pavor generalizado quando o assunto é a segurança no Pelourinho. E verdade seja dita: muitos viajantes não saem apenas com uma má impressão, mas de fato, são vítimas de furtos ou abusos turísticos.
Inclusive, antes de chegar a Salvador escutei tantas histórias sobre as mazelas desta região que considerei alterar meu local de hospedagem – sim, parte da minha estada foi no Pelourinho. Sorte a minha, porém, que eu não fiz isso.
Ao contrário do que eu esperava, e baseando-se na minha experiência de quatro pernoites no bairro, eu não achei o Pelourinho perigoso e tampouco fiquei com sensação de insegurança para passear.
Aliás, o meu dia a dia foi tão atípico comparado aos relatos que ouvi antes de ir, que eu nem mesmo sofri nenhum tipo de importunação. Não fui abordado por vendedores insistentes, por baianas modelos para tirar foto e nem mesmo pelas pessoas que oferecem serviços de pintura corporal.
Sim, de fato, eu vi tudo isso por lá e realmente alguns viajantes são aborrecidos constantemente. Porém, na única vez em que me ofereceram uma fitinha do Senhor do Bonfim bastou um “Não, obrigado” para encerrar a conversa.
Além disso, durante o dia e em horário comercial as ruas do Pelourinho são bastante movimentadas e com bom policiamento. Batendo perna apenas no eixo turístico não há motivo para grandes preocupações.
Por outro lado, à noite muitas ruas ficam desertas e aí sim a sensação de insegurança pode aparecer. Porém, também há áreas onde há bares e restaurantes abertos, sendo que é comum ter alguns eventos nesta região.
No geral, particularmente eu não achei o Pelourinho perigoso. Seguindo as boas e velhas dicas de não ostentar objetos de valor, ficar atento nas multidões e evitar andar sozinho por ruas desertas ao escurecer, costuma ser suficiente para um passeio sem complicações.
Por fim, outra opção para se sentir mais confortável durante um passeio pelo Pelourinho é se juntar a um tour guiado. Aliás, mesmo que não seja por questões de segurança vale a pena fazer um city tour neste bairro, afinal, um profissional do turismo apresentará muitos detalhes históricos de cada atração.
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Como ir ao Pelourinho?
O Pelourinho está localizado no centro de Salvador. Porém, do ponto de vista turístico, trata-se de uma vizinhança mais afastada dos dois bairros onde os viajantes costumam se hospedar: Barra (6 km) e Rio Vermelho (8 km).
Além disso, o centro histórico também está longe da rodoviária e do Aeroporto de Salvador: 9 e 30 quilômetros, respectivamente.
Por isso, na minha opinião, a melhor forma para ir ao Pelourinho é com os aplicativos de transporte. Uma corrida saindo da Barra ou Rio Vermelho, por exemplo, custa em torno de R$ 20,00. Por outro lado, tendo como ponto de partida o aeroporto, o valor começa em R$ 50,00.
Para quem quiser economizar, também é possível ir ao Pelourinho de metrô. A estação mais próxima do burburinho turístico central é a Campo da Pólvora (Linha 1). Ainda assim, será preciso caminhar por um quilômetro para chegar aos pontos turísticos.
O que fazer no Pelourinho?
A minha primeira dica sobre o que fazer no Pelourinho, é: separe pelo menos um dia do seu roteiro de viagem para visitar essa região. Com menos tempo, será impraticável fazer um passeio guiado e depois entrar nos pontos turísticos que tiver mais interesse.
Além disso, vale lembrar que o Pelourinho é apenas um dos bairros que compõem o centro histórico de Salvador. É possível também esticar a pernada até vizinhanças que estão ao lado, como por exemplo, a mais sossegada Santo Antônio Além do Carmo.
No mais, segue abaixo uma lista de pontos turísticos de Salvador que estão localizados pelos arredores do Pelourinho. Apesar de alguns estarem fora do perímetro histórico mais conhecido, ficam a poucos minutos de caminhada.
» Largo do Pelourinho
» Fundação Casa de Jorge Amado
» Casa do Carnaval da Bahia
» Escola Olodum
» Monumento da Cruz Caída
» Palácio Rio Branco
» Museu Casa do Benin
» Memorial das Baianas
» Elevador Lacerda
» Mercado Modelo
» Cidade da Música da Bahia
» Basílica Primacial de São Salvador, Igreja de São Francisco e Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Free Walking Tour no Pelourinho
Por se tratar de uma vizinhança que tem muita história para contar, o jeito mais adequado para conhecer o Pelourinho é acompanhado de um profissional do turismo que saiba os detalhes de cada quina das imponentes construções que estão nesta área.
Na minha opinião, um bom plano durante uma viagem a Salvador é dedicar um dia inteiro para bater-perna no bairro. No caso, a minha sugestão é fazer o Free Walking Tour Pelourinho pela manhã e aproveitar o restante do dia para entrar nas atrações que tiver interesse. Embora o passeio faça um belo recorrido pelo centro histórico de Salvador, a atividade acontece apenas pelas ruas do bairro e não há tempo/paradas para entrar nos pontos turísticos.
Se acaso você nunca ouviu falar do conceito de free walking tour, trata-se de um passeio guiado quase gratuito que funciona com contribuições voluntárias. Ou seja, no final do tour cada participante apoia com um valor que achar justo, que pode ser até mesmo zero reais. Porém, no geral, as pessoas costumam contribuir com algo entre R$ 20,00 e R$ 50,00.
O Free Walking Tour Pelourinho começa às 10h30, dura aproximadamente 2h e, apesar de ser gratuito, é necessário reservar uma vaga antecipadamente.
Pelourinho à noite
Embora o fluxo de pessoa diminua consideravelmente no Pelourinho à noite, a região tem bons lugares para se divertir. Tenha em mente, porém, que como muitas ruas ficam desertas causando assim a sensação de insegurança, recomendo que você já saia do seu hotel com um endereço certo para ir.
Ou seja, não fique perambulando sem rumo em busca de um local para comer, beber ou farrear.
Uma das áreas para ir à noite ao Pelourinho é na realidade o bairro vizinho de Santo Antônio Além do Carmo. Por lá, o auê normalmente se concentra na Escadaria do Passo, na Rua do Passo e se estende até parte da Rua do Carmo.
Outro burburinho para ir à noite é pelos arredores do Largo Terreiro de Jesus, onde se encontra, por exemplo, a sempre cheia e animada cachaçaria e boteco O Cravinho.
Praticamente ao lado do Terreiro de Jesus, no Largo do Cruzeiro de São Francisco também tem um bom número de barzinhos e restaurantes.
Aliás, é lá onde está o Restaurante O Coliseu, que realiza aos sábados, e às vezes terças e quintas, o show folclórico Bahia Night. O ingresso para apresentação + jantar custa R$ 180,00 por pessoa e é necessário fazer reserva antecipada.
E por falar em espetáculos culturais, outra apresentação que atrai muitos forasteiros é o Balé Folclórico da Bahia. As apresentações acontecem no Teatro Miguel Santana; as segundas, quartas e sextas; às 19h; e o ingresso custa R$ 100,00 por pessoa.
Restaurantes no Pelourinho
Independentemente se você está em busca de um PF barato para matar a fome ou uma refeição mais elaborada para vivenciar a tal da experiência gastronômica, há restaurantes no Pelourinho para todos os estômagos. Em comum, todos eles podem entregar a você sabores tipicamente baianos.
Para a hora do almoço, os arredores da esquina das ruas Portas do Carmo com a J Castro Rabelo tem cardápios com ótimo custo benefício. Alguns lugares para comer bem no Pelourinho, sem precisar gastar uma fortuna, são: Tropicália Rei do PF, Bar e Restaurante Cravo e Canela e Restaurante Cajueiro.
Podendo investir R$ 75,00 na refeição, o almoço mais completo está no buffet típico do Restaurante da Escola Senac. Por este valor, come-se à vontade diversos pratos da culinária local, como por exemplo, moquecas, sarapatel, ensopados, arroz com mariscos e outras delícias. Aliás, no preço também já está incluído a sobremesa, sendo que apenas bebidas são pagas à parte.
Já para provar pratos à la carte mais elaborados dois dos restaurantes mais conhecidos no Pelourinho são o Odoyá Restaurante e O Coliseu. Ambos são boas pedidas para ir à noite.
Além disso, pelos lados de Santo Antônio Além do Carmo também há bons restaurantes, sendo que muitos têm ares mais intimistas. O Antique Bistrô e o Raíz, por exemplo, conseguem entregar sabores delicados em ambientes pra lá de aconchegantes.
Por fim, outros bares e restaurantes em Santo Antônio Além do Carmo, são: Bar Cruz do Pascoal, Malembe Food & Drinks, Poró, Zanzibar e Cafélier.
Festas e eventos no Pelourinho
Por transbordar muita arte e cultura, é natural que o Pelourinho seja o palco de muitas festas e eventos de Salvador. Portanto, na hora de montar o roteiro de viagem é sempre bom consultar se haverá alguma programação especial no bairro para as datas da viagem.
Mais do que receber festividades que acontecem em diversos cantos do país, como o Carnaval e o São João, o Pelourinho também se destaca pelas comemorações ligadas ao sincretismo religioso tão presente na cidade.
Em dezembro, por exemplo, as festas de Iansã (Santa Bárbara no catolicismo) e Oxum (Nossa Senhora da Conceição da Praia no catolicismo), dão a largada para uma longa sequência de comemorações deste perfil que são realizadas durante o verão. Estas duas, especificamente, acontecem pelos lados do centro histórico de Salvador.
No entanto, saiba que a cada ano novas celebrações são acrescentadas na agenda cultural do Pelourinho.
Vale a pena se hospedar no Pelourinho?
Não é para todo tipo de roteiro em Salvador que vale a pena se hospedar no Pelourinho. Porém, há alguns casos em que a estada por estas bandas pode ser útil. Inclusive, passei quatro noites no bairro e funcionou perfeitamente para a minha programação.
Uma das grandes vantagens de ficar no Pelourinho é a proximidade com as atrações históricas. Portanto, quem pretende passar apenas uma noite na cidade, para visitar justamente os pontos turísticos que estão aqui, ganhará horas de passeio se hospedando por perto.
Além disso, o Pelourinho está a menos de dois quilômetros do Terminal Turístico Náutico da Bahia, que é de onde saem as embarcações para Morro de São Paulo e Ilha dos Frades. Ou seja, quem incluir estes destinos no roteiro terá uma logística mais fácil se hospedando na área histórica.
Por outro lado, considero que para o viajante que pretende passar a partir de três noites na capital baiana, e o Pelourinho será apenas uma das atrações do itinerário, é mais conveniente se instalar em outros bairros para ficar em Salvador. Neste caso, optaria por Barra ou Rio Vermelho.
Em todo caso, se você gostou da ideia de se hospedar no Pelourinho, três bons lugares para a estada, são: Bahia Pelô Hostel, Pousada Bahia Pelô e Pousada da Mangueira.
3 lugares para se hospedar em Salvador
($) Para os viajantes que procuram um albergue, o Farol da Barra Suítes e Hostel é uma das opções mais bem cotadas da cidade.
($$) Também na Barra, a Viver Bahia Pousada é o lugar certo para quem prefere um ambiente mais elegante.
($$) Ou, para um hotel mais clássico de rede, o Ibis Salvador Rio Vermelho é uma boa pedida.
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